Começa a valer novo padrão de qualidade da gasolina
O novo padrão para a gasolina brasileira, estabelecido pela ANP na resolução nº 807/2020, entra em vigor a partir desta segunda-feira, 3 de agosto. Elas visam aprimorar a qualidade do combustível oferecido no país, proporcionando maior eficiência energética, melhorando a autonomia, reduzindo o consumo e possibilitando novas tecnologias para motores mais eficientes e com menos emissões, além de facilitar o trabalho da fiscalização na detecção de adulterações.
A partir desta data, toda a gasolina comprada nas distribuidoras deverá atender as novas especificações. Essas empresas terão 60 dias para vender o combustível adquirido antes das novas exigências. Já os postos terão 90 dias para vender a gasolina comprada antes das novas normas se tornarem obrigatórias.
O documento estabelece novos parâmetros para massa específica, destilação e octanagem de toda a gasolina vendida no país. O primeiro corresponde ao valor mínimo de massa específica (ME), de 715,0 kg/m3, o que significa mais energia e menos consumo. Antes, os fornecedores só precisavam informar os valores desse parâmetro, e a ausência de um limite mínimo fazia com que a gasolina vendida no Brasil fosse menos densa que a de outros mercados.
O segundo é valor mínimo para a temperatura de destilação em 50% (T50) para a gasolina A, de 77,0 ºC. Os parâmetros de destilação afetam questões como desempenho do motor, dirigibilidade e aquecimento do motor. Já o terceiro ponto é a fixação de limites para a octanagem RON (Research Octane Number), já presente nas especificações da gasolina de outros países. A fixação de tal parâmetro mostra-se necessária devido às novas tecnologias de motores e resultará em uma gasolina com maior desempenho para o veículo.
Existem dois parâmetros de octanagem – MON (Motor Octane Number) e RON. No Brasil, só era especificada a octanagem MON e o índice antidetonante (IAD), que é a média entre MON e RON. O valor mínimo de octanagem RON, para a gasolina comum, será 92, a partir de 3 de agosto de 2020, e 93, a partir de 1º de janeiro de 2022. Já para a gasolina premium, será de 97, já a partir de 3 de agosto próximo.
Segundo o especialista em combustíveis da Petrobras, Rogério Gonçalves, as novas regras para a gasolina no Brasil também vão ajudar no combate as adulterações: “Muitos fraudadores de combustível adicionam produtos muito leves à gasolina para ganhar volume, produtos baratos”, explica. Ele afirma que, com uma gasolina mais leve, essas fraudes eram mais difíceis de identificar. As especificações que exigem uma gasolina mais densa, por outro lado, tornarão esses crimes mais fáceis de serem identificados.
Fonte: Motociclismo online