Falta de componentes persiste, e duas montadoras anunciam lay-off e PDV nesta semana
A persistente falta de componentes eletrônicos para a produção de veículos forçou duas empresas a anunciarem medidas nesta semana. Dessa vez, foi a Fiat e a Renault que anunciaram suspensão do contrato de trabalho (lay-off) e Plano de Demissão Voluntária (PDV), respectivamente. Na terça, 28, a Stellantis confirmou que 1,8 mil trabalhadores do turno da noite da fábrica da Fiat de Betim, MG, entrarão em lay-off a partir da segunda-feira, 4, durante o período de três meses.
Nesta quinta, 30 de setembro, a Renault comunicou a abertura de PDV no Complexo Industrial Ayrton Senna, em São José dos Pinhais, PR. A montadora espera que 250 trabalhadores optem pelo programa de demissão voluntária para readequar o quadro de funcionários ao ritmo de produção, prejudicado nos últimos meses pela inconstância no fornecimento de peças utilizadas nos veículos.
Renault
Além do PDV, a Renault afirmou que não “identifica melhora do cenário global” e propôs lay-off para cerca de 300 funcionários a ser adotado nos próximos meses, a depender da necessidade. As duas medidas foram aprovadas em assembleia realizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba na tarde da quarta-feira, 29.
Caso a montadora não obtenha 250 adesões ao PDV, está aberta a possibilidade de um PDI, Programa de Demissão Involuntária, para eliminação dos postos restantes.
Os funcionários que aderirem ao PDV receberão 10 salários, além das verbas rescisórias e de plano médico por 6 meses para o titular e dependentes. Os empregados com mais de 10 anos de contratação terão um salário a mais. Os que foram enquadrados no PDI, terão direito a 5 salários, além verbas rescisórias e de plano médico por 4 meses para o titular e dependentes.
O lay-off tem prazo inicial de 5 meses e 85% do salário líquido para a 1ª turma. Para as outras turmas, haverá garantia de 70% do salário líquido.
Ainda para a pretensa adequação das atividades da montadora ao atual quadro do mercado e da indústria, os trabalhadores também aprovaram utilização da redução de jornada já prevista em acordo, mantendo até 18 dias por ano e no máximo o desconto de 3 dias por mês, e pagamento de abono de R$ 3,5 mil em 8 de outubro, “com o objetivo de amenizar as perdas do período”.
Fiat
Em assembleia realizada na semana passada, os trabalhadores da Fiat aprovaram a possibilidade de suspensão do contrato de trabalho para qualificação profissional, mas sem predefinição quanto a datas e número de colaboradores envolvidos.
Só ficou definido que a medida poderá ser implementada ao longo dos próximos 12 meses envolvendo um total máximo de 6,5 mil trabalhadores, sendo que os que já entraram em lay-off não podem ser afastados posteriormente pelo mesmo processo.
Por meio de nota, a Stellantis destaca que “a suspensão do contrato de trabalho para qualificação profissional preserva os empregos dos trabalhadores envolvidos e assegura os direitos estabelecidos no acordo coletivo de trabalho, além de oferecer qualificação, estabilidade no emprego proporcional ao período de afastamento e o pagamento de bolsa-auxílio, para preservar o poder aquisitivo”.
*Com informações do site Autoindústria
Foto: Stellantis/Divulgação