Polícia Civil alerta sobre falsos boletins de ocorrência de roubos e furtos de veículos em SE
O boletim de ocorrência falso sobre roubo ou furto de veículo é crime e está resultando em situações nas quais as forças de segurança são acionadas para o atendimento de um caso que não ocorreu. O alerta foi feito nesta terça-feira (14), pela Divisão de Roubos e Furtos de Veículos (DRFV), da Polícia Civil. A prática tem ocorrido por parte de pessoas que tanto objetivam fraudes no seguro, quanto por aquelas que não concluíram corretamente a venda dos veículos e não conseguem contato com o comprador.
O delegado Kássio Viana destacou que uma das principais situações que motivam o falso boletim de ocorrência é o interesse pela prática de fraude às seguradoras. “A principal situação é a fraude ao seguro, em que a pessoa está querendo vender o veículo segurado, não consegue um preço razoável, e é estimulada por algumas pessoas envolvidas com desmanche de veículos em Aracaju. Repassam o veículo e fazem o boletim de ocorrência como se fosse roubo, recebendo o dinheiro do receptador e o seguro do veículo”, citou.
Outra motivação apontada pelo delegado é a negociação que não foi concluída corretamente entre comprador e vendedor, no tocante aos valores envolvidos na negociação. “Às vezes a pessoa vendeu o veículo, não recebeu o valor total, não consegue cobrar pelas vias normais, e busca a delegacia para fazer o boletim falso como se o veículo tivesse sido roubado e furtado. O boletim é feito, inserimos a restrição e só posteriormente identificamos que foi um comprador de boa-fé”, revelou.
Junto a essa situação, há ainda aquelas em que não houve a comunicação ao Detran. “Todas as pessoas que vendem veículo têm a obrigação de comunicar a venda em um prazo de 30 dias para que toda a responsabilidade fique com o comprador. Às vezes a pessoa que comprou não transfere para seu nome, fica utilizando o veículo, não paga IPVA e recebe multas, gerando dívida para o vendedor. Como não consegue encontrar o comprador, o vendedor procura a delegacia e faz o boletim de ocorrência falso”, detalhou.
Consequências à população
Além da implicação legal da condução do comprador de boa-fé para a delegacia, quando posteriormente será identificado o falso boletim de ocorrência, a quantidade de registros de boletins de ocorrência de roubos e furtos de veículos resultam no aumento do preço do seguro. “A consequência disso é que aumenta a estatística de roubos e furtos de veículos em Sergipe. Como consequência, no ano que vem, se houver aumento nessa estatística, teremos também o aumento no valor dos seguros de veículos. Quem acaba pagando essa conta é o consumidor no ano seguinte”, evidenciou Kássio Viana.
Junto a essa consequência, o delegado lembrou que o autor do boletim de ocorrência falso também responde pela prática de comunicação de fato que não ocorreu. “É importante lembrar à população que não faça boletim falso em hipótese alguma, pois vamos descobrir, e o autor da denúncia falsa responderá o processo criminal por isso. Além de estar colocando em risco as pessoas que estão nesse veículo, pois podem ser presas e se encontrarem em uma situação muito complicada. Isso é crime, descobriremos e vamos encaminhar para a Justiça”, pontuou.
Foto: SSP/SE