Emenda que ameaçava profissão de frentistas é rejeitada na Câmara
Na votação da Medida Provisória 1.063, a qual autoriza produtores e importadores a vender etanol diretamente aos postos, ontem, 25, emenda que ameaçava profissão de cerca de 500 mil frentistas de todo o país foi rejeitada pela Câmara Federal.
No texto, o deputado Kim Kataguiri (DEM/SP) pedia que postos de combustíveis pudessem operar de forma automatizada, sem frentistas. O objetivo, segundo o parlamentar, era contribuir para a redução dos preços nas bombas, uma vez que estabelecimentos iriam gastar menos com funcionários.
Em Sergipe, segundo o Sindicato dos Empregados em Posto de Serviço de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Sergipe (Sinpospetro/SE), cerca de 4.500 trabalhadores que atuam como frentistas podem respirar aliviados com essa vitória na Câmara. Mas José Edson Gomes, presidente da entidade, faz o alerta: “Por enquanto, os empregos estão garantidos. Por enquanto”, afirma.
Ele atribui a rejeição à emenda de Kim Kataguiri à mobilização da federação e sindicatos de todo o Brasil, e defende que a luta deve continuar para evitar que mais propostas dessa natureza avancem e prejudiquem a categoria . “No dia 8 de dezembro, vamos realizar um ato nacional em defesa do emprego dos frentistas”, anuncia.
Em sintonia com os profissionais, durante a votação, o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) criticou a emenda justamente por colocar em risco a profissão desses milhares de trabalhadores. “Nós somos contra essa ideia de autoatendimento nos postos de gasolina, sobretudo num momento tão difícil da economia brasileira. Com tanto desemprego, seria um crime contra trabalhadores de postos de gasolina”, avalia o deputado.
Foto: Câmara dos Deputados