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“Transporte coletivo de Aracaju está na lama”, diz presidente do Sinttra

Iniciada na manhã desta segunda, 14, a paralisação dos serviços do transporte coletivo da Grande Aracaju se encerrou por volta das 11h. Mais de 150 ônibus do Grupo Modelo estavam sem rodar, afetando cerca de 30 linhas.

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Aracaju (Sinttra), o movimento se encerrou sem avanços para os trabalhadores. “Vai cumprir (a empresa) a escala de pagamento que estava programada desde a semana passada”, afirma Miguel Belarmino, presidente da entidade.

O sindicalista dá razão aos motoristas e cobradores, mas se diz preocupado com as constantes paralisações – as quais estão sendo iniciadas sem informar ao sindicato. “Empresas estão devendo, funcionários estão passando fome, necessidades, muitos sedo despejados de aluguéis, não têm o que comer em casa. Essa é a realidade”, relata.

Por outro lado, reconhece os sérios problemas financeiros enfrentados pelas empresas que atuam na Grande Aracaju. O Grupo Modelo e Progresso são os que têm mais dificuldades, segundo ele. “O transporte coletivo de Aracaju está na lama! Se rodando já está um caos, a situação piora se parar, sem arrecadação. Os trabalhadores estão certíssimos. Agora, tem que ser pensado e muito antes de iniciar uma paralisação”, analisa Miguel.

De acordo com ele, parar atividades agrava a situação financeira das empresas, e se grupos como Modelo e Progresso fecharem as portas devido a uma piora do quadro, rodoviários correm o risco de ficarem não só sem o salário do mês, como também sem valores da rescisão contratual. “Isso poderá causar um caos com quase 1.700 pais de família desempregados”, alerta Milguel Belarmino.

O líder da categoria afirma ainda que o Sinttra vem conversando com representantes das empresas diariamente. “Estamos vendo as dificuldades que eles estão enfrentando”, diz. Segundo Belarmino, se o transporte público não tiver um apoio do governo estadual, municipal e federal, essas empresas não vão se reerguer.

“Mais de 40% do número de passageiros diminuiu durante a pandemia. Com isso, não se paga folha, óleo diesel, compra de peças, pneus. Tem empresas botando ônibus pra circular com pneus carecas, sujeitos a terem um acidente gravíssimo”, denuncia.

“E autoridades, tanto do governo de estado, quanto da prefeitura de Aracaju, parece que não têm coração. O prefeito de Aracaju é um homem sem coração. Porque ele devia fazer o seguinte: um paliativo para as empresas, mas não se mexe”, lamenta Miguel Belarmino a ausência de medidas por parte das autoridades sergipanas até o momento. “E cadê a licitação do transporte público?”, cobra o líder sindical.

Prefeitura busca alternativas, segundo SMTT
A Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) de Aracaju nega a afirmação acerca de ausência de ações. Conforme o órgão, a Prefeitura do Município vem buscando alternativas para minimizar a situação, agravada pela pandemia e o aumento do combustível em mais de 60%.

“Nesta segunda-feira, 14, após mobilização da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), que tem como presidente o prefeito da capital Edvaldo Nogueira, foi confirmado que o Senado pautará nesta quarta-feira, 16, a votação do Projeto de Lei 4.392/21, que cria o Programa Nacional de Assistência à Mobilidade dos Idosos em Áreas Urbanas (PNAMI), iniciativa que direcionará recursos da União para subsidiar o transporte público em grave crise em todo o país”, informa a SMTT.

Superintendência cita ainda, que além disso, a Prefeitura de Aracaju revogou a taxa de Gerenciamento Operacional (TGO) no fim do ano passado, que incidia sobre o valor arrecadado pelas empresas do transporte público e que era destinado à SMTT e, com esta medida, a Prefeitura passou a arcar com recursos próprios, o gerenciamento dos terminais de integração da cidade.

Foto: Arquivo/GaragemSE

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