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Aumento da tarifa dos ônibus X qualidade do serviço: população está insatisfeita

A tarifa dos ônibus que circulam na Grande Aracaju ficou mais cara nesta semana. Aumento de 0,50 no preço da passagem começou a valer a partir deste domingo, 15. Agora, passageiros têm que desembolsar R$ 4,50 para se locomover. Medida desagradou usuários, que questionam a qualidade do serviço. Eles não concordam em pagar mais alto por algo que deixa a desejar e que causa tantos transtornos no dia a dia.

As principais queixas deles são em relação à demora dos ônibus, péssimas condições da frota devido à falta de manutenção e veículos lotados. Na manhã desta segunda, 16, por exemplo, houve manifestação no Conjunto Fernando Collor, em Socorro, em virtude da demora da chegada de modelos da linha 002 (Fernando Collor/Dia) – um problema vivenciado também por passageiros de outras linhas.

Em outras ocasiões, sobre esse assunto, a Setransp relatou que atraso dos ônibus é reflexo da crise vivenciada pelas empresas que operam o transporte público. Segundo o órgão, diante das dificuldades financeiras dos Grupos, manutenção dos veículos está sendo prejudicada, o que impacta na distribuição da frota na Grande Aracaju.

Já a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) de Aracaju informa que está analisando diariamente, o comportamento do sistema para adequar a operação à demanda dos usuários. “Na última sexta-feira, 13, por exemplo, foram feitos ajustes nas linhas que atendem a região da zona norte, melhorando a prestação de serviço”, explica o órgão municipal, por meio de nota enviada ao Garagem Sergipe.

A SMTT esclarece ainda, que desde 2021, a gestão municipal tem atuado para amenizar a crise do transporte e assegurar a continuidade da prestação do serviço. “O prefeito Edvaldo Nogueira, também na condição de presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), tem buscado junto ao Governo Federal um subsídio emergencial de R$ 5 bilhões para o sistema de transporte público do país. Em dezembro de 2021, Edvaldo sancionou a lei nº 5.429/2021 que revogou o percentual de 2% da Taxa de Gerenciamento Operacional (TGO), embutido na tarifa do transporte coletivo da capital sergipana”, afirma.

Em abril deste ano, enquanto o projeto de lei que prevê o subsídio federal tramita no Senado e no Congresso Federal, a Prefeitura reduziu para 0% o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) que incide sobre os serviços públicos oferecidos pelo setor e instituiu o Programa Provisório de Custeio Extra Tarifário de Gratuidade nos Transportes Coletivos Urbanos às pessoas com deficiência e seus acompanhantes, além de autorizar o pagamento antecipado, de forma transitória e excepcional, do vale-transporte aos servidores municipais.

No entanto, mesmo com essas medidas, foi necessário reajustar o valor da tarifa em cinquenta centavos nesta semana para as empresas conseguirem continuar operando, ajudar a arcar com planilha de custos, e melhorar oferta do serviço. A SMTT evidencia que aumento foi puxado, principalmente, pela alta do diesel (47% só este ano), inflação acumulada nos últimos doze meses no país, que chegou a 12,13%, e pela queda abrupta no número de passageiros.

“Em fevereiro deste ano, por exemplo, o número de usuários do serviço ainda estava cerca de 30% menor do que no mesmo período de 2020, anterior à pandemia”, justifica o órgão municipal.

Por Guilherme Prata

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