NotíciasPREÇO DO COMBUSTÍVEL

Especialistas apontam aspectos positivos com uso do etanol

A R$ 3,50/L chega a ser mais vantajoso do que abastecer com gasolina, que custa em média R$ 4,80 na capital;
Engenheiro automobilístico Marcos Vinícius da Silva e o gerente de oficinas da Samam Jeeep e Samam Fiat, Frederico Pontes, também citam benefícios para a mecânica e meio ambiente

Desde a semana passada, postos  de Sergipe começaram a reduzir o preço dos combustíveis. Entre eles, a queda do valor do litro do etanol chama atenção – já é encontrado a R$ 3,50/L em alguns estabelecimentos de Aracaju. Vale ressaltar que essa base de preço tinha ficado na saudade do consumidor sergipano. Conforme registros fotográficos do Garagem SE, a última vez que valores nesse patamar para o álcool eram encontrados na capital foi em 2020.

No Posto Eko da Av. Gonçalo Rollemberg com Augusto Franco, por exemplo, nesta quarta, 28 de setembro, preço cobrado pelo litro do etanol é R$ 3,50.

Álcool X gasolina
Essa queda no valor tem feito a população questionar as vantagens de abastecer com o combustível, seja em relação ao consumo/economia ou benefícios para o veículo. No que tange à primeira questão, Frederico Pontes, gerente de Pós-Vendas da Samam Fiat e Samam Jeep, esclarece que para ser mais econômico abastecer com etanol, por queimar mais rápido, valor do litro deve custar de 70 a 75% o preço da gasolina.

Sobre isso, aliás, muitos condutores ainda têm os 70% como parâmetro absoluto, mas isso hoje pode variar para mais, a depender do veículo. Para facilitar cálculos, Frederico exemplifica. “A conta é fácil para o consumidor. Setenta por cento é o percentual que você faz a conta: se a gasolina está custando R$ 5,00, o álcool pode custar, no máximo, 70% desse valor; R$ 3,50”, cita o gerente. No entanto, ele afirma que essa proporção não pode ser tida mais como uma regra.

“Porque esses 70%, isso aí foi um percentual sugerido quando foi lançado o carro com motor flex, em 2003. O percentual era, então, de 70%. Mas hoje existem análises que chegam a 75%”, frisa Frederico Pontes. Ou seja, há carros atualmente com consumo menor quando abastecidos com o biocombustível, no comparativo àquela época.

Tendo como parâmetro carros mais atuais, o cálculo seria este: 75% de R$ 4,80 (média de preço da gasolina em Aracaju), igual a R$ 3,60, para valer a pena usar etanol. Já 70% de R$ 4,80 equivale a R$ 3,36. Com base nesses cálculos e média de preços citados, de fato, o álcool está saindo mais vantajoso do que a gasolina em Aracaju.

Benefícios do biocombustível
Por meio de áudio enviado ao Garagem Sergipe, Marcos Vinícius da Silva, engenheiro automobilístico da Vinni Auto Center, aponta aspectos positivos para o carro ao ser abastecido com o etanol – desde que ele seja de qualidade. Especialista cita que uma das maiores vantagens do uso do etanol, em relação à gasolina, é o fato dele possuir uma maior resistência à detonação, devido à sua elevada octanagem (110).

“O seu uso frequente ajuda na limpeza dos eletroejetores ou bicos injetores, desde que o combustível seja de qualidade. Por isso, quando estamos falando de etanol, estamos falando de um combustível cuja composição possui um papel de descarbonização natural, visto que não acumula resíduos de carbonos nos bicos injetores e ainda consegue remover esses resíduos, se usado com frequência”, explica o engenheiro.

Nesse sentido, Marcos Vinícius compara motores abastecidos apenas com gasolina ou com etanol. “O primeiro conta com um sistema mais escurecido. Isso acontece porque a gasolina produz mais monóxido de carbono no processo de combustão, e esse excedente fica acumulado na câmara, ao passo que o segundo, abastecido com etanol, estará com aspecto mais límpido”, avalia.

Frederico Pontes destaca ainda o fato de o etanol ser mais ecológico e emitir menos CO2 do que a gasolina. “Polui menos o meio ambiente, porque emite menos gases na atmosfera, tanto durante a fabricação quanto no uso e é fabricado a partir de substâncias renováveis, que dependem apenas do cultivo, diferentemente dos combustíveis à base de petróleo”, ressalta.

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