EXCLUSIVO – Acelen aciona Cade para que refinarias privadas tenham mesmos direitos que Petrobras e anuncia novo reajuste a distribuidoras
Por Leonardo Dias/Garagem Sergipe
A Acelen, que administra a Refinaria Mataripe, situada na cidade de São Francisco do Conde, na Bahia, de onde vem a maioria dos combustíveis que abastece Sergipe, apresentou nesta semana, um pedido de medida preventiva à Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), requerendo que a Petrobras seja obrigada a estender às refinarias privadas as mesmas condições para aquisição de petróleo que aplica às suas próprias refinarias. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da empresa. A medida se deu após a Petrobras anunciar uma nova política e reforçar que irá “abrasileirar” os preços dos combustíveis. Em meio a isso, a Refinaria Mataripe informou que possui uma política de preços diferente da praticada pela Petrobrás.
Nesta quinta-feira, 25, a Refinaria Mataripe, realizou um novo reajuste no preço dos combustíveis direcionado a distribuidoras. Segundo a Acelen, os preços foram reajustados em 2% no diesel e 5% na gasolina. Nos postos sergipanos, por exemplo, a gasolina apresenta um reajuste de R$ 0,10 (dez centavos). Ainda conforme a empresa os preços dos produtos produzidos na Refinaria de Mataripe seguem critérios de mercado que consideram variáveis como custo do petróleo, que é adquirido a preços internacionais, dólar e frete, podendo variar para cima ou para baixo.
Ao Garagem Sergipe, o porta-voz VP Comercial da Acelen, é Cristiano Costa, defendeu que o preço dos combustíveis nas bombas não devem ser definidos pela Petrobras ou pelo governo.
“É importante esclarecer que não está correto o pensamento de que a Petrobras ou o governo definem o preço nas bombas, existe toda uma cadeia produtiva e uma série de fatores comerciais na formação do preço final. A Acelen, por exemplo, não produz o petróleo, ela compra da Petrobras ou é obrigada a importar para então refinar e vender às distribuidoras. Esses atores é que venderão aos postos. Além de nossa fórmula homologada, baseada em fatores técnicos, existe toda uma cadeia que considera seus custos até chegar na bomba, o que significa que nenhuma refinaria é responsável por este preço final, e é muito importante levar esse conhecimento à população”.
O porta-voz reforçou que: “a empresa possui uma política de preços transparente, a partir de uma fórmula objetiva, homologada pela agência reguladora, que assegura previsibilidade e preços justos, visando um mercado mais competitivo no país. E foi com base neste critério que a empresa acumulou consecutivas reduções nos preços dos combustíveis nos últimos meses, inclusive com preços mais baixos que os da Petrobras em 80% do ano”, destacou o porta-voz VP Comercial da Acelen, é Cristiano Costa ao Garagem Sergipe.
Nesta semana, o Procon Sergipe emitiu uma notificação para a refinaria solicitando esclarecimentos sobre a decisão da empresa em manter uma política de preços diferente da praticada pela Petrobrás.
“Atendemos o Procon, como sempre agimos, com transparência. Como explicamos, sempre seguimos uma política de preços totalmente independente da Petrobras, com uma fórmula transparente, homologada pela agência reguladora do setor e foi justamente isso que nos possibilitou agir com independência e operar com preços mais baratos em 80% dos dias do ano até o momento, reduzindo mais vezes que a Petrobras”, inclusive.
Por meio de nota, a empresa alega que “confia em um desfecho rápido e adequado para o caso. O Brasil precisa garantir um ambiente de negócios previsível, seguro e justo, coibindo práticas anticompetitivas. No refino, isso passa fundamentalmente pelo acesso isonômico ao petróleo”.