Cerca de 200 mil veículos foram perdidos nas enchentes no RS
Estima-se que cerca de 200 mil veículos da frota em circulação do Rio Grande do Sul estão inutilizados por causa das inundações que atingem o Estado. Além disso, também devem ter sido perdidos 3 mil veículos novos que estavam estocados nas concessionárias. Esses e outros dados foram apresentados pela Bright Consulting, especializada no setor automotivo.
“Segundo o Sindipeças, a frota circulante no RS engloba 2,8 milhões de unidades – é razoável considerar que 5 a 10% desses veículos estejam inutilizados”, informa a consultoria, por meio de artigo assinado pelo analista Cassio Pagliarini. Diante desse número, a organização estima que perda seja de 200 mil veículos e que apenas a minoria, cerca de 30%, devam estar cobertos por seguros contra enchentes.
Segundo a Bright, serão necessários pelo menos 20 meses de vendas para repor os veículos perdidos. “Uma parcela dessas vendas, estimada em 30%, deve estar coberta por seguros para mitigar as perdas e ajudar na recuperação, se seus proprietários não tiverem que usar esses mesmos recursos para custear despesas mais urgentes, como a reconstrução das casas e cidades”, avalia Pagliarini.
Conforme a Confederação Nacional das Empresas de Seguro (CNseg), ainda não há estimativa dos valores a serem pagos em indenizações. Assim que os dados forem compilados, a CNseg garante que dará ampla divulgação.
No entanto, ressalta em seu site que cobertura não será ampliada a segurados que não contrataram cobertura contra enchentes. “Este produto estava disponível e o cliente optou por contratar ou não essa cobertura. Muito tem-se falado em fazer um movimento similar ao período da pandemia da Covid 19, quando as apólices de seguro de vida não tinham a opção de contratar adicional para pandemia. Neste caso, existia essa opção, e a contratação ou não, foi uma decisão do segurado”, afirma a CNseg.
Na publicação, a consultoria expõe ainda como a catástrofe que atinge o Rio Grande do Sul afeta a indústria automobilística de diversas formas. “Ponderando as cidades alagadas, estimamos que aproximadamente 60% das vendas deixarão de acontecer nos próximos 30 dias e 30% nos dois meses subsequentes. São 12 mil veículos que deixarão de ser comercializados!”.
No artigo, Pagliarini chama atenção também para a situação das fábricas de veículos e de autopeças do RS. “Enquanto a grande planta GM de Gravataí não aponta danos pela enchente, as condições logísticas para recebimento de material e para despacho de produtos encontram-se precárias. Fábricas localizadas próximo a Porto Alegre e nas bacias inundadas terão quebra de produção e necessidades diversas de recomposição de maquinário”.
Obviamente, o setor entrará na fila de necessidades que começam por salvar vidas e oferta dos serviços básicos. Afinal, o RS já soma mais de 150 mortes, 332 municípios afetados, 90 mil pessoas desalojadas e 300 mil imóveis invadidos pelas chuvas.
Foto: Reprodução/Globo