Rússia X Ucrânia: conflito vai deixar combustíveis mais caros no Brasil
Após meses de instabilidade na região, nessa quinta, 24, a Rússia iniciou o ataque à Ucrânia. Explosões, destruição, mortes e fuga de civis compõem cenário trágico que preocupa todo o mundo. Mas as consequências dessa guerra já ultrapassam os limites do leste europeu. Diversos países já acenderam alerta acerca dos impactos na economia diante do conflito, entre eles, o Brasil.
Por aqui, especialistas no assunto já apontam o iminente aumento dos preços dos combustíveis e carros, por exemplo – isso porque o valor do barril de petróleo disparou (para mais de US$ 100). No caso dos automóveis, petróleo é usado como matéria-prima para o plástico – material que é amplamente usado na produção de carros.
Para entender mais sobre os impactos do conflito entre os dois países nos preços dos combustíveis no Brasil e, especialmente, em Sergipe, o Garagem SE entrou em contato com Maurício Cotrim, Secretário Executivo do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Sergipe (Sindpese).
Segundo ele, aqui no Estado, o reajuste pode ocorrer “a qualquer momento”, com uma “velocidade maior” do que no restante no país, devido à política adotada pela refinaria (de Grupo árabe) que faz o ressuprimento na região. Porém, prega cautela, apesar dos indícios: “Vamos aguardar um desdobramento nos próximos dias para entender como o mercado irá se comportar”, avalia.
Leia na íntegra a transcrição de áudios que
foram enviados por Maurício Cotrim
“Diante do cenário de guerra, do ataque da Rússia contra a Ucrânia, e a sinalização de disparada do barril de petróleo no mercado internacional, ultrapassando US$ 100 o barril – tudo indica que aqui no Brasil sofreremos novos reajustes. A Petrobras já se manifestou, dizendo que por enquanto irá segurar qualquer tipo de reajuste, que vai acompanhar o movimento do mercado, que não vai atuar de maneira premeditada nem de maneira imediata. Porém, já existe, com a alta (do barril) a sinalização provável de que em algum momento esse reajuste aconteça.
No caso de Sergipe, como nosso ressuprimento, ele está acontecendo, ele é concentrado muito na refinaria da Bahia, atual refinaria de Mataripe, que está sob a gestão do fundo árabe, através da empresa Acelen, tudo indica que a Acelen fará um repasse com uma velocidade maior, que é o que ela tem adotado. A política que ela tem adotado é de acompanhar na íntegra os movimentos do barril de petróleo no mercado internacional. Então, como a Acelen não depende da política de preços da Petrobras, nós podemos sofrer reajuste a qualquer momento.
E como 70% de toda a gasolina que e consumida no Nordeste vem dessa refinaria, provavelmente, novos reajustes irão acontecer de uma maneira mais célere, mas ainda é premeditado, vamos aguardar um desdobramento nos próximos dias para entender como o mercado irá se comportar.
E, claro, como os preços são livres, havendo de fato os reajustes por parte da refinaria, esses repasses irão acontecer a partir de atualização dos estoques das distribuidoras e , por consequência, a revenda comprando mais caro, ela tende a fazer esse repasse para as bombas”.