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Instituto aponta que 20% dos lubrificantes vendidos no Brasil são adulterados

Segundo informações do Instituto Combustível Legal (ICL), 20% dos lubrificantes comercializados no Brasil apresentam algum tipo de irregularidade, sendo adulterados, reutilizados de forma inadequada ou até mesmo falsificados. Além dos prejuízos mecânicos que podem causar, essas práticas geram perdas fiscais que chegam a R$ 1,4 bilhão por ano, além de configurar fraudes no comércio.

O Instituto também alerta que a identificação desses produtos falsificados não é simples. Isso ocorre porque os falsificadores costumam utilizar embalagens muito parecidas com as originais, incluindo rótulos e lacres semelhantes aos das marcas legítimas. No entanto, o conteúdo desses frascos geralmente é composto por óleo reciclado, com presença de água, solventes e outras impurezas.

“É uma economia na hora da compra do produto, mas a longo prazo significa uma ameaça invisível que age no coração do motor. Produtos adulterados comprometem peças essenciais e podem levar à perda total do veículo, além de representar um risco direto à segurança de quem está ao volante”, afirma Emerson Kapaz, presidente do Instituto.

Dicas do ICL
“A melhor forma do consumidor se proteger é adotando cuidados simples, mas essenciais na hora da compra”, orienta Kapaz. Entre as recomendações do ICL estão: exigir nota fiscal do produto; verificar se há selo de qualidade do fabricante na embalagem; conferir o número do lote e o CNPJ no rótulo; e consultar o manual do veículo para saber qual é o lubrificante correto.

Além disso, segundo o Instituto, compras em plataformas não homologadas ou de procedência duvidosa devem ser evitadas, pois representam alto risco de fraude e danos ao veículo.

Riscos de usar produtos adulterados

Um dos danos mais recorrentes provocados por lubrificantes falsificados é o acúmulo de borra no motor. Esse problema surge quando o óleo perde suas características essenciais e se transforma em partículas sólidas. Esses resíduos podem bloquear canais internos, comprometer os pistões e afetar diretamente o desempenho do motor. Os custos para reparo geralmente variam entre R$ 2 mil e R$ 5 mil.

Outro risco associado ao uso desses produtos está na presença de componentes inadequados, como água, ácidos ou aditivos fora das especificações, que podem provocar corrosão nos mancais e falhas no eixo do virabrequim. Trata-se de um defeito grave, cujo conserto pode ultrapassar R$ 10 mil.

Há ainda a possibilidade de bloqueio do sistema de lubrificação, o que limita a circulação adequada do óleo e pode levar ao superaquecimento do motor. Esse problema afeta diretamente componentes importantes, como a bomba d’água e a junta do cabeçote, exigindo reparos complexos que podem custar caro.

Além de tudo isso, há os riscos de utilização de lubrificantes com viscosidade diferente da indicada pelo fabricante. Esse desvio pode provocar falhas graves, como a ruptura da correia dentada ou, em casos mais severos, danos ao motor. Os prejuízos variam de acordo com o veículo, podendo ficar entre R$ 4 mil e R$ 12 mil.

Foto: Divulgação

 

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