Montadoras no Brasil analisam paralisação, declara Anfavea
Mercedes-Benz e General Motors declararam esta semana a suspensão das atividades fabris no Brasil por conta do coronavírus no fim do mês, e a decisão pode receber adesão de outras fabricantes. A Anfavea, Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, divulgou nota oficial, no início da noite desta quinta-feira (19), na qual afirma que todas as suas associadas analisam e se preparam para a interrupção da produção de veículos.
A entidade, tem 26 fabricantes associadas nos setores de automóveis, comerciais leves, caminhões e máquinas agrícolas, e rodoviárias — um quadro total de 126 mil empregados —, diz que o movimento se deve ao agravamento do surto do coronavíus. No texto não é citado nenhum problema de abastecimento de peças, ainda que se saiba que, pelo surto do vírus a nível mundial, importantes fornecedores de autopeças estejam com suas atividades paradas ou em ritmo lento na Europa e, principalmente, na China, que é inclusive o país que o Brasil mais importa autopeças: 13% dos cerca de US$ 13,2 bilhões em componentes trazidos de outros países em 2019 vieram de lá.
“Com foco na segurança e na saúde dos familiares e funcionários das montadoras associadas à ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), informamos que, em função do agravamento da crise gerada pelo COVID-19, todas as nossas empresas estão analisando e se preparando para tomar ações de paralisação das suas fábricas no Brasil, e discutindo caso a caso com seus respectivos sindicatos”.
Comunicado da Anfavea emitido na última quinta-feira, 19
A projeção para 2020 da associação inclusive era até positiva: No ano passado, as montadoras fabricaram mais de 2,9 milhões de automóveis e veículos comerciais, além de 53,1 mil máquinas. Para 2020, as projeções da Anfavea são positivas: 3 milhões de automóveis, crescimento de 7%, 160 mil veículos pesados, mais 13,4%, e 56 mil máquinas agrícolas e rodoviárias, evolução de 5,4 %.
Primeira baixa
Pouco após a emissão da nota oficial da entidade, a Volvo anunciou, também por meio de nota, que decidiu suspender a produção na planta de Curitiba (PR) por quatro semanas a partir de 30 de março. A interrupção envolve 3,7 mil funcionários que trabalham no complexo fabril, onde produz caminhões, ônibus, motores, câmbios e cabines.
Com informações do portal AutoIndústria