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Uber ou carro particular?

Com gasolina acima de R$ 5,50 APP de transporte compensa para percursos mais curtos, mas carro é melhor para longas distâncias

De calculadora na mão, esta semana partimos para uma ‘missão’, avaliar qual a escolha mais barata: ter um carro ou andar de Uber? A resposta é “depende”. Segundo economista consultado pelo GARAGEMSE, o transporte mais econômico muda de acordo com a distância que cada um percorre no seu dia a dia.

Antes de tudo, é preciso mensurar os custos de ter um carro, explica o especialista. Entram nessa conta as despesas de manutenção, impostos, seguro, estacionamento, multas eventuais e combustível, que diga-se de passagem, está absurdamente cara em Aracaju. Também deve ser considerada a depreciação do próprio carro – ou seja, quanto ele se desvaloriza todo ano.

Os gastos com Uber podem ser calculados somando quanto custa, em média, a corrida nos principais trajetos percorridos pelo usuário: de casa para o trabalho, para o restaurante preferido, academia, casa de amigos e familiares, por exemplo.

Em geral, o custo do carro compensa em relação aos gastos com Uber para pessoas que trabalham em bairros muito distantes de onde moram. “O quilômetro rodado do Uber é maior para eles. Quando maior a quilometragem, maior essa diferença”, explica o educador financeiro Marcelo Freitas. Já para quem faz pequenas distâncias, sai mais barato andar de Uber todos os dias do que manter um carro, explica Freitas.

Economia de R$ 11 mil

O gerente de banco, Marcos Silva, de 56 anos, conta que decidiu se desfazer de um dos carros da família, há aproximadamente um ano. Antes de bater o martelo, ele calculou qual seria a economia com a venda do carro: R$ 11 mil no ano.

“Eram dois carros, o meu e o da minha esposa, optamos por ter um carro só. Primeiramente por causa do gasto. Manter dois carros é bem caro”, conta Marcos. Ainda de acordo com ele, o trajeto entre a casa que ele mora, no Bairro São José, e o trabalho, Centro,” é curto – só que agora não precisa mais pagar R$ 18 reais por dia de estacionamento.

Ele não abre mão de ter um carro. “O principal motivo é a comodidade que ele proporciona. Além de mais confortável, eu tenho total liberdade de sair do trabalho e ir pra qualquer lugar que eu queira e precise”, conta.

Meus gastos são excessivos?

Ainda que não seja possível apontar qual é a proporção ideal de um orçamento familiar que deve ser gasta com transporte, o educador financeiro ressalta a importância de identificar o tamanho da fatia da renda que está sendo usada para se locomover.

Para fazer isso, Marcelo Freitas recomenda que, após identificar o montante gasto com locomoção, a família divida esse número pelo total de sua renda. Assim ela poderá saber quanto do orçamento vai para a área de transporte. “Achou 5%? 15%? A pergunta que fica: é confortável para você essa proporção? Está pagando isso, mas conseguindo fazer com que a vida seja próspera, realizar sonhos? Cada pessoa tem que se fazer essa pergunta”, diz o educador financeiro.

“É perigoso analisar os gastos com transporte unicamente. Se mora mais perto do trabalho, pode ser que o imóvel seja mais caro, mas vai economizar no transporte. Se a pessoa mora mais longe, é o contrário. A pessoa tem que pensar no seu orçamento como um todo”, completa.

Além do custo

Mas antes de decidir se desfazer do carro próprio, é preciso considerar outras variáveis além das finanças, ressalta o especialista. A necessidade pessoal e o ritmo de vida de cada um devem entrar na balança.

O consultor financeiro lembra que há vantagens em trocar o banco do motorista pelo de passageiro. “Em um Uber, você pode ir fazendo as atividades que precisa para a reunião a que está indo, por exemplo. Às vezes isso vale muito mais do que a economia que você vai fazer”.

|Ronald Dória

||Foto: Divulgação

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