Chery Arrizo 5: It’s evolution, baby!
Como toda equipe que se preze, aqui no Garagem há os membros que curtem rock. No caso, principalmente, eu e o nosso fotógrafo/cinegrafista, Arthur Soares. Aí vem a pergunta: o que o rock teria a ver com o nosso test-drive dessa semana, o CAOA Chery Arrizo 5? E eu respondo com uma frase de uma das músicas que mais gosto do Pearl Jam: It’s evolution, baby!
O sedã chinês mostra exatamente isso: evolução. Se observarmos ele em comparação com os primeiros Chery – para ficar apenas na marca, quando falamos de carros chineses – vemos que a melhora foi sensível em todos os pontos. Ele é mais bem-construído, bem-acabado e transmite mais solidez que seus pares do fim dos anos 2000 e começo dos anos 2010, sendo um dos primeiros produtos dessa nova fase da Chery no país (ou seja, a “pós-CAOA”).
Identidade, sim senhor
O Arrizo 5 é definido como sedã compacto premium, ainda que suas medidas (4,53 m de comprimento, 1,47 m de altura e 1,81 m de largura) se assemelhem bastante às dos sedãs médios do fim dos anos 2000. Comparando com meu Nissan Sentra 2012, ele é 3 cm mais curto, 3 cm mais baixo e 2 cm mais largo. Portanto o termo “compacto” é meio relativo. O entre-eixos, de 2,65m, também denota isso. Quatro vão com conforto lá dentro e um quinto passageiro não tem tanto problema, pois o túnel central não é tão alto.
E se é para falar da evolução, vamos começar pelo design. As linhas do Arrizo são harmônicas e revelam uma identidade visual da marca. Itens como a grade ampla, com uma faixa cromada que suporta a logo da Chery, os elementos triangulares em preto brilhante no entorno dela e os faróis mais afilados e “rasgados” para o lado são bons sinais disso. E na versão RTS, todo de linha, as rodas aro 17 com acabamento diamantado dão um ótimo arremate no visual. Não falta uma montagem uniforme, bons encaixes e vãos regulares entre as peças. Ponto para os chineses nesse aspecto.
O interior também melhorou. Não há mais rebarbas no acabamento e o couro que reveste o volante e os bancos (de ótimo apoio) transmite boa impressão, mas os plásticos de painel e portas ainda têm aspecto muito simples. O isolamento acústico, principalmente em velocidades mais altas, também podia ser um pouco melhor. Já a direção e a suspensão, por outro lado, trazem um quê de esportividade, uma por ter ótima progressividade, a outra por ser firme – até um pouco dura, é verdade, mas nada que prejudique a condução.
Recheio com um toque picante
Mas algo que era comum aos chineses desde sempre continua presente no Arrizo 5: a lista recheada de equipamentos, tanto de conforto quanto de segurança. Não faltam trio elétrico, sensor de estacionamento com câmera de ré, ar-condicionado (que, nele, é apenas analógico), freio de estacionamento eletromecânico, direção elétrica, monitor de pressão dos pneus ou central multimídia. De tudo isto, apenas uma ressalva neste último item: ela podia agregar mais recursos (como navegador embutido) e ter uma tela um pouco maior.
Mas tanto recheio reserva um toque picante muito bem-vindo: o motor 1.5 turbo recebeu atualizações e agora gera até 150 cv e 21,4 kgfm (quase 2 kgfm a mais) no álcool empurra o sedã com decisão sem prejudicar no bolso (11 km/l na cidade, segundo a Chery), auxiliado pelo câmbio CVT que passa a emular até nove velocidades. Aqui vale um conselho: quer aproveitar a esperteza do câmbio em sua plenitude? Aperte o botão “Sport” e sinta o 0-100 km/h em menos de 10 segundos. E para a condução no modo manual ficar divertida por inteiro, só faltavam mesmo os paddle-shifters atrás do volante.
No fim, somados todos os prós e contras, a frase da música do Pearl Jam casou demais com o que o Arrizo passou durante este teste que fizemos com ele. It’s evolution, baby!