Saiba quais os impactos que o álcool traz na direção
O Brasil está em pleno carnaval, e uma das questões que mais geram campanhas e ações da polícia nas ruas e estradas do país é sobre a (perigosa) combinação de álcool e direção, que leva à ocorrência de acidentes, muitas vezes com vítimas fatais, uma vez que diversos motoristas insistem em sentar ao volante depois de ter bebido, independente de muito ou pouco. E para saber os efeitos que o álcool traz na direção, o Garagem SE falou com o médico nutrólogo Curt Vieira, que explicou mais detalhadamente estes impactos.
De acordo com o médico, o álcool é uma substância psicoativa, o que significa que ela mexe com fatores como percepção, humor, comportamento e consciência. “O álcool traz vários efeitos. Sua combinação com a direção automobilística pode ser fatal, sendo que a quantidade do consumo e a suscetibilidade individual determinam seus efeitos”, explica. Curt diz ainda que a ação do álcool se dá no sistema nervoso central. “Nas primeiras doses ele é estimulante, levando a excitação. Com o aumento do consumo haverá comprometimento nas habilidades motoras chegando a causar sonolência e desmaios”.
Os sinais de embriaguez são claros, variando de comportamento incoerente ao executar tarefas, reflexos lentos , consciência reduzida dos estímulos externos, letargia até inconsciência e morte. Já ao volante, o médico cita alguns efeitos: “Como o álcool altera a capacidade de concentração e raciocínio, há maior possibilidade de colisão. Poderá haver diminuição da capacidade de discernimento, dificuldade de coordenação motora – podendo cambalear ou cair – e fala arrastada, podendo levar até à perda da consciência”.
E se hoje as forças policiais fazem as blitzen da Lei Seca, onde o volume de álcool permitido no bafômetro é de apenas 0,05 miligrama de álcool por litro de ar alveolar (mg/L) aferido no bafômetro, pode haver uma explicação para um limite de tolerância próximo de zero: “A definição de consumo pesado de álcool pode variar a depender do organismo”, alerta o médico, sendo que se a quantidade de álcool ingerido for muito alta, pode levar até 12 horas para sair do sangue. “Mas os efeitos no cérebro continuam, na conhecida ressaca”.
E, no assunto ressaca, a melhor saída é hidratação. “A agua diminui ressaca, hidrata e ajuda no processamento de álcool pelo fígado. Dessa forma diminui os efeitos da intoxicação no organismo. O consumo associado diminui a embriaguez”, ressalta o nutrólogo.
Fiscalização intensa
A respeito da Lei Seca, a Companhia de Polícia de Trânsito (CPTran) está realizando a operação durante o período de Carnaval. As ações começaram na última quinta-feira, 20, e prosseguirão até a quarta-feira de Cinzas. Serão 40 policiais diariamente com 10 viaturas equipadas com bafômetro. De acordo com a companhia, os locais de maior fiscalização devem ser nas entradas e saídas de Aracaju onde o fluxo de veículos é tem maior intensidade, sendo realizadas operações em outros locais também. Vale frisar que em 2019 foram registrados 14 acidentes com vítimas durante o Carnaval, e o intuito do policiamento este ano é evitar acidentes com vítimas fatais.