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Gol chega aos 40 anos em linha com futuro incerto

Manter um veículo em produção por 40 anos é um feito e tanto em qualquer mercado do mundo. E este mês foi o que a Volkswagen conseguiu com o Gol. O modelo chegou à sua quarta década de existência no mercado nacional, como o modelo mais produzido e vendido na história de seis décadas da indústria automobilística brasileira. Mas o momento para ele, infelizmente, está mais cercado de incertezas que de alegrias.

A crise trazida pela pandemia atingiu as economias nacional e global e também  trouxe incertezas para os já então definidos planos das montadoras, em especial quanto aos investimentos em produtos. É certo que muitos já foram postergados e outros correm o risco de serem definitivamente engavetados. Nisso o Gol, que estava com uma nova geração ou um substituto para 2022 (lembremos que o modelo atual ainda é feito em cima da quinta geração, lançada em 2008). Publicamente, a Volkswagen nunca deixou absolutamente claro o que, de fato, pretendia ou pretenda fazer com ainda seu carro mais vendido.

De lá para cá, foram cinco gerações, sendo que desde 2012 as atualizações são feitas em cima da quinta geração, lançada em 2008

Porém, no mês passado, Pablo Di Si,  CEO da Volkswagen na América Latina, revelou que a empresa congelou todos os projetos e até as discussões já então em curso sobre o novo  ciclo de investimento no Brasil. O atual plano de R$ 7 bilhões se encerra com o lançamento do Nivus, que chega em junho. Daí para frente, vencido o período mais crítico da pandemia, Di Si assegura que tudo será reavaliado. Ou seja, até mesmo a atual geração do Gol pode ganhar uma sobrevida, porque não?

Mais do que ninguém, os funcionários da fábrica de Taubaté, SP, são os grandes interessados nessa definição. E, de preferência, que confirme um novo produto e não apenas a prorrogação da atual geração do hatch, que, mais cedo ou mais tarde, terá seu fim, até mesmo em deferência a tantos serviços prestados.

40 anos e muita história

Projeto nacional com larga inspiração no Golf, o Gol estreou no mercado nacional em 1980, motor 1.3 refrigerado a ar e câmbio de quatro marchas e produzido em Taubaté, unidade inaugurada apenas quatro anos antes para fabricação de componentes e que em 1978 começaria a montar o Passat. Daí, de 1980 até o mês passado, foram nada menos que 8,5 milhões de unidades até o— 190,5 mil na Argentina — do Gol, 6,95 milhões vendidas no mercado brasileiro e 1,5 milhão exportadas para 69 países.

A história do Gol começou em 1980, na linha de produção de Taubaté

Além do número exorbitante, o Gol também marcou a chegada de importantes tecnologias no mercado automotivo nacional. Em 1989 foi o primeiro nacional com injeção eletrônica, na versão esportiva GTi (que até hoje é cultuado como um dos melhores esportivos nacionais), e muito antes do Up! TSI, o Gol Turbo, em 2000, foi o primeiro popular com motor turbo de série. E em 2003 foi o precursor dos carros bicombustíveis com a tecnologia Total Flex. Além disso, ele teve a mais longa liderança de vendas no mercado nacional: foram 27 anos consecutivos na ponta, até perder a frente para o rival Fiat Palio, em 2014. Ainda assim, o veterano da Volks mostra sua força, tendo sido o quinto veículo mais vendido no país em 2019, com 81,3 mil unidades.

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