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MPF pede recall de 1,3 milhão de Onix fabricados até 2017

O Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público de Minas Gerais (MP/MG) entraram com uma ação civil pública contra a GM, o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e a União para pedir o recall de 1,3 milhão de unidades do Onix, referentes a todas as unidades fabricadas desde o fim de 2012, quando o modelo foi lançado. A ação é baseada no teste de colisão feito pelo Latin NCAP, Programa de Avaliação de Veículos Novos para a América Latina e o Caribe, que afere a segurança dos carros na região.

A ação se refere a um teste realizado em maio de 2017 no Chevrolet Onix, que na ocasião não alcançou nenhuma estrela das cinco possíveis na classificação do órgão. Depois disso, em janeiro de 2018, o Latin NCAP submeteu novamente o Onix (e o sedã Prisma) a um novo crash-test: desta vez, com chassi reforçado, os dois carros foram reavaliados com três estrelas para a proteção de adultos e crianças.

GM se defende
Em nota, a GM esclarece que o Onix foi avaliado com três estrelas quando foi lançado e que o Latin NCAP mudou o protocolo e testou novamente em maio de 2017 (incluindo o teste de impacto lateral), levando a um resultado de zero estrela. De acordo com a montadora, esse resultado se deu quando o modelo já passava por ajustes, com reforços no chassi, para atender a evolução da legislação brasileira, o que já estava dentro do planejamento da empresa.

Ainda de acordo com a GM, a avaliação feita em janeiro de 2018, quando o Onix recebeu três estrelas novamente, atesta que o carro não foi zero estrela entre 2012 e 2018. “O carro sempre atendeu todas as especificações legais de segurança veicular exigidas no Brasil”, conclui a GM no comunicado.

Outro argumento favorável à GM é que o Onix foi aprovado pelo Latin NCAP em outro teste feito em dezembro de 2014. Na ocasião, o modelo obteve três estrelas para adultos e apenas duas na proteção de crianças. Naquela época, os protocolos não incluíam o impacto lateral nem a batida contra o poste nos testes, que são exigidos atualmente.

No entanto, para o promotor de Justiça, Fernando Martins, a montadora sabia da periculosidade que esses automóveis podiam proporcionar aos seus proprietários. Por isso, inclusive, ela fez as alterações para que fosse minimamente resistente a impactos laterais. Martins se refere aos reforços estruturais feitos no hatch.

Embora a ação reconheça a melhora na segurança do veículo, que vem cumprindo as novas normas nacionais, reforça que os modelos vendidos antes da alteração feita pela GM continuam circulando e alega que isso coloca em risco iminente seus ocupantes, por isso exige que a GM convoque recall para todos os proprietários do modelo. O processo pede urgência no julgamento alegando que o Onix é o carro mais vendido do Brasil há anos e, por isso, a demora na tramitação pode trazer risco à vida de milhares de pessoas no País.

Caso a Justiça defira a ação do MP e ordene a realização de recall, poderá ser impossível fazer esse tipo de ajuste, que pode exigir mudanças no projeto original do carro.

Fonte: Automotive Business
Foto: Divulgação

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