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Programa do carro popular é encerrado pelo governo

Não há mais espaço fiscal para verbas do benefício, declara ministro da Fazenda

 

Foi bom enquanto durou, mas infelizmente acabou: o desconto do governo para o carro popular, vigente desde o dia 5 de junho, acabou. Os números, óbvio, foram positivos: houve incremento de 8% nos emplacamentos em junho na comparação com maio. e o governo, que inicialmente alocou R$ 500 milhões em renúncia fiscal para o programa, fez um acréscimo de R$ 300 milhões para acomodar ainda interesses de empresas, já que a medida atendeu por um mês exclusivamente pessoas físicas.

 

De acordo com a Fenabrave, entidade que monitora os emplacamentos no país, o número diário de vendas a partir de 20 junho foi similar ao visto em 2012, ano onde houve o recorde de comercialização de novos carros. Em outras palavras, números que não se repetiam há 11 anos foram atingidos.

 

Com 9.746 unidades, Polo Track foi o carro mais vendido com o desconto do governo

 

Sem recursos

 

A Anfavea, associação que reúne as principais fabricantes de veículos no Brasil, explicou aos jornalistas em reunião que os recursos do governo se esgotaram em 32 dias. Eram R$ 800 milhões para este fim, onde destes, R$ 150 milhões retornarão ao governo como forma de compensação fiscal.

 

Segundo a associação, as medidas possibilitaram as vendas de 150 mil unidades, sendo que desse total, 54 mil carros teriam sido contemplados pela medida em junho. Outros 79 mil carros também teriam sido beneficiados pelo programa, mas ainda não teriam sido emplacados, o que deve impactar os números de vendas também em julho.

 

Os números foram tão positivos que o dia 30 de junho registrou o terceiro melhor emplacamento da história em apenas um dia, com 27 mil unidades comercializadas. Como se não bastasse, também foi o melhor dia de emplacamentos em 10 anos

Entre os SUVS o líder foi o Fiat Pulse, 13º no geral, com mais de 4 mil emplacamentos

 

Dúvida na continuidade

 

Apesar de números e resultados tão positivos, não há certeza se o programa terá continuidade ou mesmo expansão. Em entrevista concedida a jornalistas ates de uma reunião com o presidente Lula, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicou que o programa exige compensações sobre a arrecadações de impostos cedida e que, atualmente, é difícil encontrar recursos no Orçamento Federal para aumentar os recursos destinados para reduzir os preços do carros. “Eu digo que não (haverá expansão do programa) pelo seguinte: isso aí exige compensação, e estamos chegando em um momento do ano que não tem mais espaço fiscal para isso”, detalhou. Haddad, no entanto, destacou o ponto positivo do programa que foi para o meio ambiente, uma vez que ajudou a renovar a frota com veículos menos poluentes.

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