Setor de veículos comerciais leves mostra vigor apesar da economia mais lenta
O segmento de furgões no Brasil vive um momento de bom desempenho. Até agora, o acumulado dos emplacamentos desse tipo de veículo ultrapassou a marca de 35,5 mil unidades, o que representa um avanço de 36% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse resultado destaca a força que os veículos comerciais leves vêm ganhando dentro do universo automotivo nacional.
Na liderança,o Renault Duster teve alta de 49,5% Já o vice-lider em 2025, mais do que dobrou as vendas.
Quais os motores do crescimento
Diferentemente dos automóveis de passeio, os furgões são impulsionados por dois grandes vetores: o crescimento do e-commerce (que exige entregas rápidas e veículos adaptados) e a expansão de micro-empresas e prestadores de serviços — como construção, logística urbana e manutenção — que dependem de um utilitário versátil. Além disso, a renovação de frotas em segmentos como distribuição urbana e cooperativas também pesa na formação desse resultado.
Influências externas e desafios
Apesar da alta expressiva, o setor não está fora de risco. A economia mais lenta, as taxas de juros elevadas e a inflação dos insumos podem pressionar custo e demanda. Por outro lado, esse tipo de veículo tende a se beneficiar de programas de incentivo ou crédito específico para transporte leve, além de ter uma janela maior de uso – o que reduz o risco de depreciação para os compradores.
Impactos para o mercado automotivo
Para montadoras e fornecedores: o crescimento abre oportunidades para desenvolvimento de modelos dedicados, versões com maior capacidade de carga, variantes elétricas ou adaptadas à cidade.
Para concessionárias: há necessidade de ajustar atendimento pós-venda, estoque de peças e condições de financiamento para veículos comerciais leves, que têm perfil de cliente diferente dos carros de passeio.
Para o consumidor/empresa: a competição maior no segmento pode gerar melhores ofertas de preço, mais customização e opções de financiamento dedicadas.
E agora?
Mantido o ritmo, o segmento de furgões deve continuar acima da média de crescimento da indústria automotiva como um todo. Resta observar como fatores como mudanças regulatórias (emissões, elétricos) e o comportamento da economia nacional vão influenciar essa curva ascendente. Para quem opera frotas, essa pode ser uma janela estratégica para renovar ou ampliar seu parque de veículos.
