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Câmbio automático já representa quase metade das vendas no país

Carro com transmissão automática, hoje em dia, já deixou de ser algo luxuoso e/ou inalcançável no Brasil. O descanso para o pé esquerdo se encontra em praticamente todos os segmentos do mercado, mesmo os mais populares. Com exceção de poucos modelos, como o Chevrolet Joy (versão de entrada do Onix) ou o Renault Kwid, praticamente todos os veículos à venda no país tem alguma opção de câmbio onde o pedal de embreagem não existe mais.

Renault kwid é, hoje, um dos poucos carros no país a não ter transmissão automática nem como opcional

A prova de que este tipo de câmbio se popularizou de vez é que até carros mais baratos ou simples, como o Volkswagen Gol, já contam com a opção, presente no compacto da Volkswagen desde 2018. E um estudo da empresa de consultoria Bright Consulting, especializada no mercado automotivo, reforça esse dado. Se há 10 anos, 90% dos carros novos à venda no mercado tinham câmbio manual, em 2018 o número de carros com câmbio automático cresceu: foram 49% do volume vendido, e a projeção do estudo é que este ano o número automáticos seja maior que o daqueles com transmissão manual.

Hoje modelos mais populares, como o Volkswagen Gol, já oferecem câmbio automático

O motivo deste aumento vem da comodidade de dar um descanso para o pé esquerdo, e de não ter mais que trocar marchas. Há, inclusive, segmentos de veículos em que nenhum concorrente é manual, como nos sedãs médios. O último sedã que permitia trocar marchas com pedal de embreagem, o Civic Sport, ganhou câmbio CVT na linha 2020. Além disso, há o fato de que, como toda tecnologia, os custos de produção de um câmbio automático tendem a cair conforme a demanda cresce, o que permitiu que modelos mais básicos como o já citado Gol, assim como Chevrolet Onix e Toyota Etios ganhem este tipo de transmissão.

Honda Civic Sport foi o último sedã médio com câmbio manual, opção descontinuada na linha 2020

Por muitos anos a tecnologia foi rechaçada pelo brasileiro, pelo custo elevado e falta de assistência especializada, fora a fama de os automáticos serem mais beberrões. Mas hoje, com tecnologias onde o câmbio se adapta ao estilo de condução do motorista (“estica” ou “encurta” as marchas sozinho) e transmissões com cada vez mais marchas (antes limitados a quatro, a maioria dos modelos hoje tem cinco ou seis, e há casos, como o de Fiat Toro e Jeep Renegade onde os modelos possuem nove velocidades), o mito caiu por terra.

Alguns automáticos, como a Fiat Toro, podem ter até nove marchas

O leitor também pode perguntar “e os automatizados?”. Nos anos 2000 e 2010 houve diversos modelos com este tipo de transmissão, onde havia um custo de fabricação mais baixo que uma automática convencional para as montadoras. O preço menor vinha de ter os mesmos componentes de embreagem e câmbio dos manuais, apenas com dois sistemas auxiliares (que podem ser eletrohidráulicos ou 100% eletrônicos): um deles substitui o pedal da embreagem e desacopla o motor da transmissão e outro engata as marchas. Parecia vantajoso, mas o custo da troca da embreagem de um carro automatizado era bem maior do que em um veículo com câmbio manual, além de demandar maior conhecimento dos mecânicos para fazer a manutenção. Graças a isso, este sistema foi ficando menos comum, estando praticamente extinto no mercado nacional.  

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